
“Estou no pior momento da minha vida, mas vou resistir até o fim”, afirmou o presidente, segundo relato de um interlocutor.
Temer disse que recebeu diversos telefonemas do empresário Joesley Batista antes de recebê-lo no Palácio do Jaburu. Diante da insistência, marcou a conversa pessoal, na qual teriam falado de Eduardo Cunha, o ex-presidente da Câmara que está preso em Curitiba.
Na versão de Temer, Joesley disse que estaria ajudando Cunha e a família dele por solidariedade. O presidente teria, então, dito algo do qual não se recorda exatamente, mas que teria o sentido de endossar um gesto de solidariedade e não de determinar o silêncio de um eventual delator.
Na gravação feita por Joesley, segundo o jornal “O Globo”, Temer teria defendido a manutenção dessa ajuda num contexto de contenção de danos.
Antes otimista em relação ao desfecho do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, o presidente da República admitiu a um interlocutor que o cenário poderá mudar diante das acusações de Joesley. A chapa seria cassada, com punição a ele e Dilma, provocando eleição indireta no Congresso para completar o atual termo presidencial.
De acordo com políticos de Brasília, a situação de Temer é considerada grave porque ele está no exercício do mandato. Se tiver cometido crime de responsabilidade, por exemplo, pode ser investigado e processado.
Na Procuradoria Geral da República, havia debate na noite de hoje sobre eventual denúncia por crime de responsabilidade com base no inciso 2 do artigo 85 da Constituição Federal. Ou seja, uma ação do presidente para impedir o livre exercício do Judiciário e do Ministério Público.
KENNEDY ALENCAR ” BLOG DO KENNEDY/ CBN” ( BRASIL)